domingo, 6 de maio de 2007

Os meus "primeiros" verdes instintos

Caros colegas, achei a ideia dos “verdes instintos” muito positiva, afinal não será o estímulo dos alunos o objectivo deste blog? Aproveitando a ideia achei interessante fazer a selecção de algumas noticias recentes publicadas no jornal Publico, relacionadas com a nossa disciplina. A primeira, não está directamente ligada ao nosso programa de estudo mas como sou açoriana de gema não resisti…

O priolo, uma ave açoriana ameaçada de extinção, é tema de uma exposição de fotografias inaugurada no dia 2 de Maio, na sede do Parlamento Europeu. Segundo uma estimativa avançada em Outubro passado pelos responsáveis do projecto para salvar o priolo, existem menos de 400 exemplares da ave, considerada uma das mais raras do mundo. O priolo apenas pode ser encontrado na Serra da Tronqueira, na ilha de São Miguel, e, por não existir em nenhum outro local do mundo, é considerado "um valioso elemento da biodiversidade planetária.”Depois de considerada como uma praga para os laranjais no século XIX, o priolo sofreu, ao longo de vários anos, a sua maior ameaça, a destruição do seu habitat, que remeteu a espécie para a classificação de "criticamente ameaçada".

Como já nos tinha anunciado o Professor Vasco Pereira da Silva, depois da sua estadia nos Estados Unidos, o Presidente norte-americano George W. Bush e os dirigentes europeus chegaram, no passado dia 2 de Maio a acordo sobre a necessidade de uma acção "urgente" contra as alterações climáticas, mas não sobre a redução das emissões de gases com efeito de estufa (GEE). No comunicado final saído da cimeira anual Estados Unidos/União Europeia, a decorrer na Casa Branca, Bush, a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, chegaram a acordo sobre a necessidade de uma "acção urgente e mundial" para garantir abastecimentos energéticos seguros e para responder às alterações climáticas. No entanto, como já era esperado, os dirigentes não conseguiram ultrapassar a profunda divergência sobre as quotas de emissão de GEE, defendida pelos europeus e rejeitada pela administração Bush, em nome dos interesses das empresas norte-americanas.

No dia 27 de Abril foi publicada em Diário da República a lei orgânica da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), um organismo criado a partir da fusão entre o Instituto do Ambiente e o Instituto dos Resíduos. Foram publicadas também oito leis orgânicas no âmbito do Ministério do Ambiente. O objectivo da fusão "é uma maior eficácia na gestão das políticas de ambiente e desenvolvimento sustentável e a consequente melhoria da qualidade dos serviços prestados aos cidadãos". A APA vai "concentrar funções anteriormente dispersas por diversos organismos" e actuar nas áreas das alterações climáticas, emissão de poluentes atmosféricos, avaliação de impacte ambiental, resíduos, prevenção de riscos graves e prevenção e controlo integrados da poluição, educação ambiental, participação e informação do público e apoio às organizações não governamentais de ambiente. A agência vai promover o desenvolvimento e manutenção do Sistema Nacional de Informação do Ambiente, "centro de referência para os dados ambientais", e gerir o Laboratório de Referência do Ambiente. Foram ainda publicadas em Diário da República as leis orgânicas da Direcção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano, do Instituto Geográfico Português, das comissões de coordenação e desenvolvimento regional, do Instituto da Água, Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade e do Instituto Financeiro para o Desenvolvimento Regional. Estas alterações inserem-se no âmbito das orientações definidas pelo Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado.
Alexandra Borges

1 comentário:

Silvina Pestana disse...

A defesa dos animais e, em particular, a protecção das espécies ameaçadas e dos ecossistemas constitui um tema actual ao qual sou, particularmente, sensível! Por tal, resolvi deixar aqui um comentário à primeira notícia (por sinal muito interessante) deixada pela colega Alexandra.

Na moderna ecologia, designam-se por espécies em vias de extinção aquelas cujo número é muito reduzido, com iminente perigo de desaparecimento se não forem protegidas e por espécies ameaçadas ou em perigo aquelas que, apesar de verem diminuído o seu número, não estão à beira da extinção.

Mais de 90% das espécies que até hoje existiram desapareceram ao longo do tempo. Ora se é verdade que, num momento inicial, a extinção se deveu a fenómenos naturais não é menos verdade que, numa fase posterior, viria a ser, cada vez mais, a actividade humana a responsável pelo desaparecimento de espécies.
Pouco se sabe sobre o processo de extinção de espécies que, também se pode considerar como um passo da evolução visto que, a eliminação das espécies antigas dá lugar a novas espécies. É provável que os predadores e as mudanças ambientais tenham desempenhado um papel importante na extinção de espécies do passado. Costuma dizer-se que a adaptação é a força que mais contribui para a extinção de uma espécie. É esta mesma força que dirige a evolução. Ao longo do tempo, uma espécie pode adaptar-se de maneira tão específica ao seu ambiente e atingir uma tal especialização que acaba por não ter condições para resistir às alterações significativas do ambiente.

O Homem apareceu, aprendeu a matar organismos como fonte de alimento, comércio ou desporto, alterando, com frequência, os meios ambientais naturais, ao longo dos tempos. Em resultado, a taxa de extinção foi-se elevando de forma progressiva até que, no começo do século XX, viria a atingir a taxa de uma espécie por ano (as espécies envolvidas são, quase exclusivamente, mamíferos e aves que representam um total de cerca de 13 000 espécies).

Na actualidade, em que se assiste a uma degradação e destruição dos meios naturais nos quatro cantos do mundo, essa taxa chegará, muito provavelmente, a elevar-se a uma espécie por dia. Alguns biólogos admitem mesmo que, em meados do século XXI, a extinção possa atingir a quarta parte de todas as espécies a um nível planetário sendo que, é entre os invertebrados e, especialmente, entre os insectos que a taxa de extinção é, actualmente, mais elevada.
Atendendo à sua escala e ao tempo necessário, este processo de extinção representará um desastre maior do que qualquer outra extinção ocorrida desde o começo da vida. Estima-se que poderá, inclusive, atingir maiores proporções do que a “grande extinção” dos dinossauros (e organismos associados) há cerca de 75 milhões de anos, momento da história em que se deu o desaparecimento de uma grande parte das espécies da Terra.

Tal como um órgão humano que fora gravemente lesado ou se perdeu não volta a desenvolver-se, uma espécie extinta não torna a aparecer (esta é a Lei da irreversibilidade da evolução).

A intervenção humana tem vindo assim, a determinar a extinção de muitas espécies, quer através da predação, quer pelo facto de ter desorganizado de tal maneira o ambiente natural de certas espécies que tornou impossível a sua sobrevivência. Por esse motivo, algumas espécies vivem actualmente à beira da extinção.

No nosso planeta existem cerca de 4200 espécies de mamíferos; 8000 espécies de aves, 20000 espécies de peixes e quase 1000000 espécies de insectos. No entanto, como vimos, a tendência é para uma progressiva diminuição destes números. A própria esperança média de vida dos animais tem vindo a diminuir e tal situação, deve-se, em parte, ao facto de, não raras vezes, estes serem usados como elementos de decoração. Assim, cortam chifres para colares, cabeças de crocodilos bebés para porta-chaves, pele de tigre para vestidos, carteiras, casacos, etc.
Felizmente temos parques naturais (ainda que em número insuficiente) e pessoas que se dedicam, seja a nível profissional, seja a nível de acções de voluntariado, à protecção das espécies tentando, de algum modo, reverter, ou pelos minimizar, os resultados (directos ou indirectos) da intervenção humana.

MATAR POR LUXO

Nos Estados Unidos, apesar das campanhas contra a caça de peles, o comércio retalhista triplicou durante a última década, envolvendo 2 biliões de dólares. A moda masculina é responsável por uma grande percentagem desse aumento. Cada vez mais pessoas têm possibilidades de comprar peles verdadeiras e caras e, o mais incrível, é que o fazem sem quaisquer considerações de ordem moral.
Por detrás da fachada elegante da indústria de peles, que movimenta rios de dinheiro, está a triste realidade da morte de milhares de espécies.
Todos os anos, milhões de animais sofrem uma morte lenta e dolorosa. Pense-se na crueldade do processo: os animais permanecem na ratoeira durante cerca de 15 horas antes de serem estrangulados ou mortos à paulada.
Os animais mais procurados para este tipo de comércio são: o tigre, o leopardo, o jaguar, a pantera, a chita, a raposa, etc. São, na sua grande maioria, originários da África e da Ásia e, apesar de ter sido proibido o comércio de peles, podemos encontrá-las em lojas elegantes de Munique e Tóquio o que significa que, a caça à margem da lei continua em franca expansão.

- Curiosidades da semana em matéria da protecção dos animais:

1) Uma associação americana de defesa das aves alertou para o facto de, a manter-se a situação actual, 12% das espécies que hoje habitam o planeta, poderão vir a extinguir-se antes do fim do século!
A águia, símbolo da nação Benfiquista, está entre essas espécies!

2) A União Europeia disponibilizou 1,5 milhões de euros (cuja gestão está a cargo do Banco Mundial) à Guiné-Bissau para a protecção de espécies ameaçadas e dos ecossistemas. Esta é uma iniciativa que merece o aplauso de todos os verdes humanos, defensores do equilíbrio do meio ambiente (para o qual nenhum ser e dispensável) e, em especial, da conservação da biodiversidade planetária!