sexta-feira, 27 de abril de 2007

verdewood (parte primeira)

Desculpem o pouco organizado e mal cortado que isto está, mas espero que conte mais a intenção que a decoração..

Este post está dividido em dois, porque não consegui "postar" as duas fotografias ao mesmo tempo.
Portanto, neste post, temos o começo, com a imagem a dizer " A Terra é a nova (...)" etc..
O outro post tem o resto do texto do jornal de hoje, e o texto (três colunas) começa com "empréstimos e outros apoios a empresas(...)".

Espero que se perceba!

4 comentários:

Miguel M. disse...

A segunda parte do artigo percebe-se perfeitamente, mas a primeira não permite zoom, pelo que não está legível. Tomei a liberdade de copiar o conteúdo, dísponível em http://jornal.publico.clix.pt/:

A Terra é a nova star de Hollywood com o verde a invadir os ecrãs

27.04.2007, Meg James

O cinema e a televisão dão destaque ao ambiente para acompanhar os espectadores
mais jovens. A indústria já descobriu que, além de ser politicamente correcto, dá dinheiro

O verde é oficialmente um grande negócio em Hollywood.
A partir do Outono, os programas do canal CW, orientado para a juventude, vão incluir argumentos que promovem temas ambientais. Algumas das maiores estrelas do CW vão dar dicas para a poupança de energia em anúncios de serviço público. E a estação decidiu recentemente que todo o papel que usar será reciclado e impresso dos dois lados.
A estação, propriedade da CBS e da Warner Bros. Enterteinment, diz que está a apanhar o comboio verde porque quer apoiar uma causa que é importante para as pessoas entre os 18 e os 34 anos, um grupo que está particularmente preocupado com o aquecimento global. "Isto põe-nos realmente a par dos interesses do nosso público-alvo", disse Rick Haskins, o director de marketing da CW.
Em Hollywood, é claro, a motivação vem numa outra tonalidade de verde.
"Há certamente boa-vontade envolvida, mas da perspectiva do negócio, há uma enorme oportunidade no mercado para apoiar iniciativas ambientais", afirmou Cary Rubinstein, responsável pela compra de espaço publicitário para o Bank of America, o principal patrocinador da série Planeta Terra, do Canal Discovery.
Também Jeffrey Immel, presidente do conselho de administração e director executivo da General Electric, dona da NBC, planeia ir aos Estúdios da Universal em Los Angeles, no próximo mês, para promover a campanha "ecomagination" da empresa e a sua linha de produtos de poupança de energia, incluindo lâmpadas incandescentes, turbinas de vento e comboios híbridos - e talvez esteja para breve um reality show com um enquadramento ecológico.
Este mês, o programador da cabo Discovery Communications Inc. disse que iria investir 50 milhões de dólares (36,8 milhões de euros) na produção de programas originais com temas "amigos" da Terra. Depois do sucesso este ano com Planeta Terra, a Silver Spring, decidiu relançar para o ano o seu canal digital Discovery Home com novo nome - Discovery Planet Green - e programas que exploram temáticas como o eco-design, a alimentação biológica e a arquitectura verde.
Os anunciantes já estão a posicionar-se. "Isto tem sido conduzido tanto pelo interesse do consumidor, pessoas que querem viver as suas vidas de forma mais amiga do ambiente, como pelos anunciantes", disse David Zaslav, director executivo do Discovery. "Recebemos um gigantesco encorajamento dos anunciantes, não apenas para que arrisquemos, mas também para deixar que se juntem a nós como parceiros."
Todos querem ser verdes
Planeta Terra atraiu quase 50 milhões de telespectadores nas primeiras cinco semanas. Esta série em 11 episódios, co-produzida com a BBC, centra-se na vida em ecossistemas como grutas, cordilheiras, florestas e as grandes planícies.
"Estamos excepcionalmente satisfeitos com o feed-back que temos recebido dos nossos clientes", disse Carry Rubinstein, do Bank of America. No mês passado, a companhia anunciou um programa de 20 milhões de dólares (14,7 milhões de euros) para financiar empréstimos e outros apoios a empresas que têm produtos e serviços dirigidos às alterações climáticas, e planeia dar mil dólares aos clientes que se qualificarem para "hipotecas verdes", relativas a casas que preenchem os requisitos de poupança de energia.
Entretanto, o concorrente Citi Smith Barney patrocina Robert Redford Presents: The Green, um programa do canal cabo de Sundance, com a marca Lexus, que produz carros híbridos (movidos a combustível fóssil e a energia eléctrica).
A Ford está igualmente motivada para encontrar o contexto de entretenimento adequado para anunciar os seus SUV híbridos, o Mercury Mariner e o Ford Escape. O Escape até já tem o seu vendedor verde: Cocas, o sapo d" Os Marretas.
"Hoje muitas empresas têm orçamentos para as questões ambientais separados dos orçamentos gerais de publicidade", explicou David Zaslav, do Discovery. "Pensamos que todo este conceito de vida verde não é uma moda passageira. É um movimento real que se ajusta à nossa marca e ao que os telespectadores esperam de nós."
A General Electric está a fazer 13 milhões de dólares/ano em receitas com os seus produtos "ecomagination", uma manobra de sucesso para um gigante da indústria que está a trabalhar para se distanciar da sua velha imagem de grande poluidor. Jeffrey Immelt já ordenou aos diversos responsáveis pelas unidades de negócio da empresa que criem projectos mais lucrativos e eficientes do ponto de vista energético.
Para a NBC e os parques temáticos da Universal isso significa descobrir novas formas de reciclar mais lixo. Para o cinema e a televisão, trata-se de filmar em digital e usar lâmpadas mais eficientes nos seus gigantescos palcos iluminados.
Uma indústria poluente
Apesar de Leonardo DiCaprio conduzir um Toyota Prius (um híbrido), Hollywood não é exactamente amiga do ambiente. Em Novembro, um estudo da UCLA descobriu que a indústria do cinema e da televisão emite anualmente 140 toneladas de partículas poluentes pelo uso de camiões, geradores, dinamite e efeitos especiais envolvidos na recriação de terramotos e explosões.
Mas, a 20 de Abril, mesmo a tempo do Dia da Terra, a Academia de Hollywood disse que em 2006 os grandes estúdios reuniram 20.500 toneladas de resíduos sólidos, incluindo cenários, para serem reaproveitados ou reciclados.
No CW, as sementes da sua campanha - o canal chama-lhe Free 2 B green - foram plantadas há quase um ano, quando Dawn Ostroff, a presidente para o entretenimento da estação, encontrou a activista ambiental Laurie David numa conferência. David estava a mostrar o documentário de Al Gore, Uma Verdade Inconveniente, que ela ajudou a produzir. David arrastou Ostroff para o visionamento.
"Vamos fazer alguma coisa", disse-lhe ela no fim da sessão, recorda a activista. Em poucas semanas, David reuniu com Haskins, o director de marketing do canal. "Eles realmente decidiram levar isto para a frente", disse David.
O CW já tinha escolhido a cor verde para a sua assinatura, mas Haskins disse que tinha ficado abalado com o Relatório Cassandra, que revelou que, no Verão passado, quando Uma Verdade Inconveniente era notícia, o aquecimento global era a preocupação nº 1 das pessoas com menos de 40 anos nos Estados Unidos.
"Este é um grupo que foi criado com a reciclagem nas escolas, com as campanhas Habitat for Humanity e Save the Rainforrest. É um grupo que se preocupa com o ambiente", disse Jane Buckingham, presidente do Intelligence Group, a empresa de marketing e pesquisa responsável pelo Relatório Cassandra.
"Eles adoram fazer parte do grupo. Querem fazer parte de algo em grande." Tal como Hollywood, que tem o establishment do ambiente do seu lado.
"A indústria do entretenimento, os canais de televisão em particular, tem um enorme impacto cultural", disse Allen Hershkowitz, um cientista do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais, que trabalha para o CW. "Eles são jogadores importantes quando se trata de chegar às pessoas que influenciam e definem os nossos valores culturais."

Exclusivo PÚBLICO/LA Times

Miguel M. disse...

Deixo apenas um breve comentário, para dizer duas coisas:

1) que a razão pela qual as empresas decidem tornar-se "verdes" é a pressão que sentem por parte dos consumidores, o que significa que a consciência ecológica destes pressiona as empresas a mudar os seus comportamentos, o que é positivo;

2) a razão pela qual as empresas assumem preocupações ambientais é perfeitamente irrelevante, desde que adoptem atitudes ecológicas e o saldo seja positivo em termos ambientais;

3) ainda há um longo caminho a percorrer, mas a exposição que estas iniciativas dão às causas ambientais é extremamente positiva.

Já agora, boa ideia esta de alargar o objecto do blog!

Nicole disse...

CONSCIÊNCIA “LIMPA” + MEDIDAS “QUIOTO” = AMBIENTE SAUDÁVEL


Este parece-me um fantástico tema de análise dentro do recém-criado Direito do Ambiente. Sem dúvida que os problemas criados pela ignorância do passado pagam-se caro nos dias de hoje. Aliás, defendo que a maioria dos problemas ambientais que o nosso mundo hoje enfrenta são mais causados por erros grosseiros de há 30 ou 40 anos atrás do que os actuais.
Antes de mais, porque hoje já existe uma consciência geral e individual para os problemas ambientais. Tornámos o nosso mundo na nossa maior ameaça, e isso não me parece que seja encarado de ânimo leve, nem mesmo, pelo menos, pela maioria dos grandes empresários que movem a economia deste mundo. É claro que o marketing ambiental procura o lucro, e vai de encontro à recente preocupação ambiental do consumidor. Mas parece-me que já nem o grande empresário mais evoluído desconsidera a bomba relógio que pequenos (grandes) gestos como o seu podem provocar.
Por isso penso, e admito-me optimista nesse sentido, de que não é tudo uma mera questão de mercado, de procura de lucro baseada no agrado à recente preocupação ambiental do consumidor. Quero acreditar que o próprio produtor também ganhou consciência dos problemas ambientais que enfrentamos, que mais do que uma política económica, é um ideal que deve ser inerente à sua actividade produtiva.
Como é óbvio, o meu optimismo roçaria alguma ingenuidade se não aceitasse alguns necessários incentivos às indústrias no sentido de alargarem as suas políticas ambientais. E esses incentivos têm de partir necessariamente de entidades que possam fazer confluir vários projectos que se revelem amigos do ambiente e que lhes dêem efectiva aplicabilidade prática.
No caso da Europa, falo obviamente da União Europeia. E parece-me que o Mercado de Carbono criado recentemente pelo Protocolo de Quioto. Parece-me que esta é, sem dúvida, a melhor estratégia a seguir: se a economia global, que domina todas as relações humanas, se rege pela ideia de lucro, há que fomentar estratégias que incentivem à constante protecção ambiental e que, ao mesmo tempo, sejam potenciais geradoras de lucro para as empresas. E é precisamente isso que o Mercado do Carbono faz, directamente com as empresas produtoras, por permitir um negócio de compra e venda de licenças de emissão de carbono, onde o produtor procurará emitir menos, para poder ganhar mais, e indirectamente através de fundos de investimento bancários que investem em projectos de implementação de medidas e diminuição da emissão de carbono.
Esta é, a meu ver, a lógica paralela a seguir, a par de uma mais individual formação e consciencialização dos produtores, empresários e investidores em indústrias limpas. A par, claro, de um igual incentivo (fiscal ou não) ao nível estatal, bem como das referidas estratégias de marketing pró-ambiente.

T. disse...

A consciencialização da escassez dos recursos ambientais e da sua necessária protecção é cada vez mais visível.
Estas iniciativas do cinema e da televisão, não visam puramente uma “conciliação” com o ambiente. Como do próprio artigo resulta, este investimento terá como consequência um aumento da margem de lucro, já que as audiências se multiplicam. Penso que o mais importante não é o motivo pelo qual são adoptadas atitudes “verdes”, mas claro que se a razão determinante for a protecção do ambiente é melhor para todos.
Na minha opinião, o que se deve destacar, é o facto de os programas que privilegiam a relação com o ambiente e se esforçam por ter uma conduta ecologicamente adequada são os mais procurados e os mais vistos. Isto revela que as gerações se preocupam com a política ambiental e, deste modo, estão a contribuir para a preservação dos recursos ambientais.
Além disso, estando em causa o mercado económico, o facto de as iniciativas que respeitam o ambiente estarem a ser vistas com bons olhos pelos espectadores, irá criar um efeito multiplicador: os concorrentes vão começar a apostar igualmente em alternativas amigas do ambiente, pois assim poderão conquistar maiores audiências.
Embora movidos por interesses diferentes, esta nova abordagem dos programas e da própria publicidade leva a um interesse comum de toda a comunidade internacional: a protecção do ambiente, sendo todos os esforços nesse sentido louváveis!